(Guilherme Trindade)
Distante, a noite,
tem a lua como foice
a cintilar no canto de seu manto.
É como se fosse
o acalanto,
pro choro do grilo,
que cansado de ser apito,
maldiga na madrugada
a sorte da cigarra.
Pobre grilo,
que aflito a chorar,
mal percebe que seu grito,
desnecessário melhor juízo,
é o bonito do luar.
Ademais, há quem diga,
menos sorte teve a formiga,
que sequer sabe apitar.
Estranhos estes
habitantes da madrugada.
Pequenos seres
de pequena sina.
Grilo, cigarra e formiga,
Que sob o sorriso da foice albina
são o apito, o canto e a vida
E neste cenário macabro e sem fim,
com seu aço ruim,
a lua
é como se fosse
candelabro que, em forma de foice,
só observa o capim.
Eu sou o grilo invejando a cigarra.
Em meu manto,
a foice que rasga a noite
é o grito da guitarra.
Este apito que faço em casa,
embora lembre o canto,
nada mais é que o pranto,
da formiga que cedo trabalha.
Guilherme Trindade
Aproveitem a poesia.
Guilherme de M.Trindade
terça-feira, 17 de maio de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Demais!!!
ResponderExcluirLinda poesia....
ResponderExcluir