quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Lembranças para Mariana...


Hoje me flagrei que nossas idades nos ultrapassam.
Olhando pra trás me descobri prisioneiro do passado.
Não consigo me desapegar de nossa infância. Dos almoços de mesa cheia, das brigas e dos perdões (mais brigas do que perdões).

Não consigo me desapegar de quando tomavas conta de nós. Das torradas com orégano e das gemadas. De quando acobertava alguns pecados escolares e, de quando no auge de minha rebeldia me levaste para furar a orelha.

Parece que há poucos dias atrás viajamos escondidos. Lembro-me que ainda ontem me ensinaste o que fazer no meu primeiro dia na faculdade.

Creio que por ainda viver destas lembranças, é que o tempo me pegou desprevenido e, a saudade destas grandes pequenezas não admite a imagem da figura adulta que vemos no espelho, mesmo que o tempo não nos tenha sido um algoz implacável.

Alcançaste o esplendor da tua condição. E mesmo que não passem de tolices, continuas refém de minhas lembranças. Está intrínseco em nossa existência que provarás muitos sabores antes de mim e, caberá a nós mantermos viva a memória para que possamos viver o presente em nossos reencontros de mesa cheia.

Continues sendo essencial para nós.

Guilherme de M. Trindade