quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Lembranças para Mariana...


Hoje me flagrei que nossas idades nos ultrapassam.
Olhando pra trás me descobri prisioneiro do passado.
Não consigo me desapegar de nossa infância. Dos almoços de mesa cheia, das brigas e dos perdões (mais brigas do que perdões).

Não consigo me desapegar de quando tomavas conta de nós. Das torradas com orégano e das gemadas. De quando acobertava alguns pecados escolares e, de quando no auge de minha rebeldia me levaste para furar a orelha.

Parece que há poucos dias atrás viajamos escondidos. Lembro-me que ainda ontem me ensinaste o que fazer no meu primeiro dia na faculdade.

Creio que por ainda viver destas lembranças, é que o tempo me pegou desprevenido e, a saudade destas grandes pequenezas não admite a imagem da figura adulta que vemos no espelho, mesmo que o tempo não nos tenha sido um algoz implacável.

Alcançaste o esplendor da tua condição. E mesmo que não passem de tolices, continuas refém de minhas lembranças. Está intrínseco em nossa existência que provarás muitos sabores antes de mim e, caberá a nós mantermos viva a memória para que possamos viver o presente em nossos reencontros de mesa cheia.

Continues sendo essencial para nós.

Guilherme de M. Trindade

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

"De ontem em diante" (O Teatro Mágico)

De ontem em diante serei o que sou no instante agora
Onde ontem, hoje e amanhã são a mesma coisa
Sem a idéia ilusória de que o dia, a noite e a madrugada
são coisas distintas
Separadas pelo canto de um galo velho
Eu apóstolo contigo que não sabes do evangelho
Do versículo e da profecia
Quem surgiu primeiro? o antes, o outrora, a noite ou o dia?
Minha vida inteira é meu dia inteiro
Meus dilúvios imaginários ainda faço no chuveiro!
Minha mochila de lanches?
É minha marmita requentada em banho Maria!
Minha mamadeira de leite em pó
É cerveja gelada na padaria
Meu banho no tanque?
É lavar carro com mangueira
E se antes, um pedaço de maçã
Hoje quero a fruta inteira
E da fruta tiro a polpa... da puta tiro a roupa
Da luta não me retiro
Me atiro do alto e que me atirem no peito
Da luta não me retiro...
Todo dia de manhã é nostalgia das besteiras que fizemos ontem.

Aproveitem a poesia.
Guilherme de M. Trindade

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Fracasso "lato sensu"

Amanhã completo meio cinqüentenário de vida! Há quem diga que com tão ínfima existência poucas conclusões são passíveis de abstração.

Todavia, o sentimento que me permeia é o do fracasso lato sensu. Poderão àqueles suscitar que se trata da “crise do meio cinqüentenário”. Discordo.

Minha justificativa bebe na fonte da teoria de que em 25 anos de vida já adquirimos tempo suficiente para a realização de grandes feitos.

Corroborando, Alexandre, o Grande, com 25 anos de idade já havia conquistado um império que se estendia da Grécia ao Rio Indo. Bill Gates, com 19 anos já havia fundado a Microsoft. Os integrantes dos Beatles, com bem menos de 25, já eram mais populares que Jesus Cristo, sendo que o próprio Cristo, até os 12 obrigou-se ao exílio no Egito para refugiar-se das empreitadas de Herodes que mobilizara o antigo mundo para matá-lo. Isto para ficar “só” nestes exemplos.

No mesmo ínterim, meu fracasso é notável, senão vejamos: não conquistei territórios, com exceção de um apartamento de pouco mais de 40m² onde um contrato locatício me outorga poderes sobre o mesmo. Não inventei nada que pudesse revolucionar o mundo e, tão pouco descobri a cura de uma moléstia sem cura. Não compus uma canção boa o suficiente embalar paixões. Não dei a volta ao mundo. Não tenho uma Ferrari. Não virei astronauta e nem fui um exímio jogador de futebol. Não fui pra guerra. Não chorei assistindo “E o vento levou”. Não sou milionário. Não escrevi um livro, jamais plantei uma árvore, não casei e não tenho filhos. Sequer sou procurado pela polícia!

Sou apenas mais um “mortal” que trabalha para sobreviver, e não alguém que vive para trabalhar.

Num cativeiro (mundo) onde a falta de tempo é a atriz principal do filme da vida, nossas vontades quedam por acostumar-se com o papel de coadjuvante e, via de regra, a necessidade de viver todos os dias sob a mira das preocupações (ser moral, comer, vestir e sentir-se vivo), faz com que nossas escolhas nem sempre se mostrem alavancadoras de uma vida repleta de grandes feitos. E lá se vão 25 anos.

Não tenho por objetivo elevar meu pessimismo ao nível de Schopenhauer ou Friedrich Nietzsche, mas tão somente buscar uma reflexão de o porquê e pelo quê parabenizamos as pessoas pelos seus nascimentos. Todos seriam, de fato, dignos de tal homenagem? Creio/temo que não.

Assim, no dia 18 de setembro, cada “parabéns a você” a mim dirigido trará incutida a seguinte reflexão “Parabéns pelo quê?”. Visando superá-la, proponho-me lutar no sentido de não continuar sendo um fracasso. Para tanto, terei de viver mais os próximos 25 anos.

Aproveitem as reflexões.

Guilherme de M. Trindade

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

sexta-feira, 23 de julho de 2010

20 de Julho Dia internacional do amigo...

Conforme se é sabido, no dia 20 de julho celebrou-se, de forma internacional, o Dia do Amigo.

Neste ínterim, tive por bem postar, ainda que de forma tardia, os escritos de Oscar Wilde, escritor Irlandês, a fim de homenagear os meus amigos, eis que imprescindíveis para a manutenção diária de minha existência.

Loucos e Santos (Oscar Wilde)

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.

Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.

Quero os santos,
para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.

Meus amigos são todos assim:
metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de
Aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.

Não quero amigos adultos nem chatos
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto;
e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.

Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.



Aproveitem seus amigos.

Guilherme de M. Trindade

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Comercial de farinha...memorável...

Aproveitem a criatividade

Guilherme de M. Trindade

terça-feira, 11 de maio de 2010

Decisão em prol do próximo....


O Município de São Leopoldo/RS obteve, nos autos do Processo de nº 033/1.05.0092410-7 uma vitória memorável.

Diz-se o exposto, não apenas pelo mérito da questão, mas pelo teor da decisão proferida pelo julgador José Antônio Prates Piccoli, que soube elevar a questão para além daquilo que impresso está nas leis e livros, alcançando sublimemente a função social do direito.

Para melhor visualização, trata a demanda de Ação Civil Pública intentada pelo Ministério Público em face do Município de São Leopoldo/RS objetivando a desocupação de uma pedreira, donde aproximadamente 3,000 pessoas dela se valem para subsistirem.

Reitera-se a importância da decisão - mesmo que venha a ser reformada posteriormente pelos Tribunais Superiores, e, por questões meramente políticas - à margem que demonstra a importância e a necessidade da experiência de vida para o exercício do julgar.

“Vistos.

Trata-se de apreciar pedido urgente formulado pelo Município de São Leopoldo, em sede de execução em ação civil pública, onde postula o ente público a suspensão temporária do comando judicial.

Manifesta-se o Ministério Público de forma contrária a pretensão.

Adoto também como relatório o longo e fundamentado despacho de fls. 566/567, acrescentando que trata-se de ação que visa a interdição de pedreiras que labutam no Morro do Paula.

Evidente que a medida tomada pelo Judiciário é a mais correta do ponto de vista legal e ambiental considerando os evidentes prejuízos visíveis no levantamento fotográfico por último acostado.

Há que se ponderar todavia outros valores. Tive uma longa e extenuante reunião na terça-feira, 04 de maio, com representantes da comunidade atingida pela medida.

Notou-se o envolvimento de mais de 3.000 pessoas na região, a depender do ganho diário. Em síntese, trabalham de dia para comer a noite.

Estou convencido, por exemplo, que o Direito foi feito para o homem, e não o contrário; que o verdadeiro Direito está na vida, no cotidiano, nas relações humanas e sociais, e não em textos escritos. Por conta disso, costumo dar mais valor à minha experiência direta - o que eu penso e sinto - em relação ao caso concreto do que à jurisprudência, à lei e à opinião de especialistas. Enfim, em termos de aplicação e interpretação da lei, depois de anos de labuta, acabei descobrindo uma coisa básica: uma coisa é a teoria, o elegante e politicamente correto como devia ser; outra coisa, bem diversa, é o marginal, inconveniente e, em geral, maltrapilho como é.

Exatamente assim acontece no vertente feito. De um lado temos o Direito, decisões trânsitas em julgado há longo tempo. De outro lado penso, é justo de uma hora para outra, repentinamente jogar-se ao desemprego centenas de pessoas por amor a uma decisão.

A reunião demonstrou a preocupação da comunidade em fazer cessar o uso das pedreiras. Não postula a comunidade o descumprimento da decisão judicial, mas apenas um prazo para o cumprimento da mesma.

Considerando então a situação concreta apresentada ao Judiciário é que defiro os itens a, b e c de fls. 644, 645.

Diligências para o atendimento das medidas postuladas e ciência às partes.”


Aproveitem as decisões.

Guilherme de M. Trindade

quarta-feira, 5 de maio de 2010

O divagar de quem sabe...

Noites (Eduardo Galeano)

A Noite 1

Não consigo dormir. Tenho uma mulher atravessada entre minhas pálpebras. Se pudesse, diria a ela que fosse embora, mas tenho uma mulher atravessada em minha garganta.

A Noite 2

Eu adormeço às margens de uma mulher: eu adormeço às margens de um abismo.

A Noite 3

Eles são dois por engano. A noite corrige.

A Noite 4

Solto-me do abraço, saio às ruas.
No céu, já clareando, desenha-se, finita, a lua.
A lua tem duas noites de idade.
Eu, uma

(In Mulheres, 1997)

Aproveitem o Galeano

Guilherme de M. Trindade

quinta-feira, 8 de abril de 2010

"Ladainha para o Zé"


Como de costume, há 39 semanas santas, homens de todo o sul, e, porque não dizer, de todo o Brasil, reúnem-se às margens do Rio Uruguai para celebrar a música, a natureza, e, acima de tudo a amizade.

Fundador do Festival da Barranca, Zé Bicca, ou, o Tio Zé, que por capricho da sina ausentou-se, ao menos carnalmente, pela primeira vez não pode escusar-se das homenagens.

Assim, posto hoje um poema de Tadeu Martins, declamado no 39º Festival da Barranca, e que ilustra bem a figura deste “homem-Bicca”, ao qual este blog não se cansa de reverenciar.

“Ladainha para o Zé” (Tadeu Martins)

Veja bem, Pai-Véio
Quem chega de volta a teu convívio.
Sim, aquele que carrega um rio no olho
A terra no sangue
Uma crônica no causo
E o coração balançado de amigos
Sim, aquele mesmo
Que tinha nos fundos de casa
Uma fábrica de bondade
Um engenho mecânico
De fazer motores e geringonças.
Um doutor psicólogo
De fazer salvamentos
E um criador musical...
Quando pegava uma música
Soltava pássaros.
Um pai-espelho
Um marido-par.
Aquele
Que fabricou um lobisomem
Para ser o seu andante.
Aquele
Que fazia um beijo
Para cada rosto dos homens.
Depois recolhia abraços
Como quem guarda uma safra
Onde o cheiro da esperança fica nas mãos.
Aquele homem-anjo
Que visitava os mortos a serviço da vida.
E que nos visitará com a mensagem:
- Se apresente para a palavra amor.
- O homem para ser sábio
De vez em quando
Deve dar um corridão no corpo
Aí, a alma nesse momento
Aproveitará para mostrar a essência das coisas
Aquele mesmo, Pai-Véio
Que esperou a morte
Como quem espera um poema
Para ir-se encarregado de plantar um rancho
Num rincão invisível
E pendurar na porteira:
É o amor que dá paz aos homens,
A calma ao mar,
O silêncio aos ventos
E o descanso a dor”
Aquele mesmo, Pai-Véio
Homem livre e de bons costumes
Que carregava a caridade nos pulsos
Aquele da São Borja cor de terra
Que tem um rio profeta
E um céu bem grande
Aquele que tem o prazer
Do seu nosso mate
Do seu nosso vinho
E do seu nosso comício
Aquele homem-bica
Que matava nossa sede de respostas
Mas cuidado, Pai-Véio
Que agora ele para tudo para ser discreto
Dizendo por aí
Apenas sou o Zé.

Aproveitem a poesia.

Guilherme de M. Trindade

sexta-feira, 26 de março de 2010

Para minha vó Ieda...


Para falar de minha "Vó" Ieda, preciso desvencilhar-me da imagem daquelas senhoras frágeis e de cabelos brancos ao qual nos remete a palavra avó.

Inquebrável como o aço, afável como a brisa dos verões no Laranjal, jamais esmoreceu ante as dificuldades de ser mãe por seis vezes e avó por vinte.

Professora da língua portuguesa, domina o vernáculo com perfeição que invejaria até os criadores do mesmo.

Exímia pintora, musicista, faz do dom de ensinar sua arte.

Hoje, completa 81 anos de idade, e a ela dedico este post .

“Vó”

Não é mãe emprestada, é mãe na pura essência.
Criou a engenheira, logo, é arquiteta de minha existência
As marcas dos anos são ínfimas ante a candura do olhar
E a grandeza do coração não cabe numa vida só.
Seria possível, um rio, ter por sina ser maior que o mar?

O tempo, por travesso, não prejudicou a visão,
A bondade, por ser mãe, lhe pôs os olhos no coração
Que puro, transborda as lágrimas contidas
E assim se fazem grandes até as formigas
E emocionantes as chegadas e partidas

Português, matemática e história,
Intermináveis temas da escola
Amor, retidão, respeito e afeto
Ensinamentos perpetuados na memória
Se o laço traçado se fez correto,
A vida nos preservará avó e neto.


(Pra minha “Vó” Ieda, que sabe fazer da vida uma dança de New York, New York...)

Aproveitem suas Avós.

Guilherme de Magalhães Trindade

segunda-feira, 15 de março de 2010

Fazer falta....

Com certeza não sou o maior fã de Paulo Sant'Ana, colunista do jornal gaúcho Zero Hora, mas confesso que o meu hábito, e, de muitos outros leitores daquele diário, em começar sua leitura de trás para frente, vem dos textos do velho lobo das escritas.

Em que pese a discordar muitas vezes de Sant’Ana, em 31 de março do ano de 2008, obedecendo o ritual da leitura invertida, deparei-me com uma surpresa um tanto agradável em sua coluna.

O texto versava sobre a falta que nos fazem aqueles que partiram, ou ainda, a falta que nos fazem os que se ausentam por dias, horas ou poucos minutos.

Marcou-me o aforismo: “único dever que temos na vida é fazermos com que os outros sintam falta de nós”.

O quão infeliz é aquele cuja falta ninguém sente, ou ainda, cuja presença ninguém nota?

Guardei o texto em minha memória, e hoje senti vontade de lê-lo novamente. Aproveito para compartilhar com aqueles que ainda não o fizeram.


“Fazer falta

Estava me dizendo ontem no fumódromo, onde se dizem e se sentem todas as coisas, a minha amiga Grazielle Badke, que chorou no dia em que ouviu no rádio a notícia da morte de George Harrison, o guitarrista dos Beatles, tão penetrante era em sua pele e em seus aurículos a melodia e a letra da sua célebre Something.


O que minha amiga queria me dizer é que, quando ouviu aquela notícia da morte de Harrison, teve a certeza de que sentiria para sempre falta dele em sua vida.

Uma vez escrevi aqui que o único dever que temos na vida é fazermos com que os outros sintam falta de nós.

Quando corro para tomar o café da manhã com um amigo, isto quer dizer que sinto falta dele. E se corro várias vezes para tomar o café da manhã com esse amigo, então mais do que necessário, esse amigo é-me imprescindível.

Quando morrem as pessoas que nos são imprescindíveis, sentimos ainda mais falta delas.

Mas o lindo é quando temos ao nosso redor, em contato todos os dias conosco, uma pessoa que amamos - e temos nítida noção de que sentimos profunda falta dela sempre que ela se afasta de nós, por dias, quando ela viaja ou nós viajamos, por minutos, quando ela sai da sala por qualquer motivo e já nos deixa repletos de saudade.

Noção da falta que eventualmente nos causa em vida.

Isto é que é ser útil! E, mais que útil, transcendental: é incutir nos outros a nossa falta.

Se me quiserem fazer um elogio inesquecível - e se dele eu for merecedor - , quereria que me dissessem que faço falta para os que o dizem.

E se quiserem me fazer um elogio para além da minha vida, um elogio póstero de valor incalculável, escrevam na minha lápide: Aqui jaz alguém que está nos fazendo falta.

Um simples, mas colossal elogio.

Eu só peço a Deus que nunca me dê susto ou pesadelo que consista em afastamento, distanciamento ou perda de pessoas que me fazem falta. Nunca. Nunca mais, tanto já me fez sofrer por isso.

Pelo contrário, peço a Deus que sempre me dote de mais e mais pessoas a meu redor que me façam falta. Os tais imprescindíveis.

Eu sei que os imprescindíveis são raros, mas por assim o serem é que quero encontrá-los em minha bateia, os que ainda não achei - e mantê-los em meu relicário, os que já possuo.

Nunca me afaste Deus de todos os que me dão ainda força para continuar vivendo. Nunca me afaste Deus dos que me entendem, dos que me toleram, dos que me perdoam, dos que me dizem coisas incentivadoras, dos que juram com sinceridade que me querem sempre a seu lado, dos que me garantem que para mim não falta pouco e a nossa vida em comum será, como por vezes tem sido, cheia de felicidade.

Esses são os que me fazem falta e o meu sonho e a minha utopia é que eu lhes faça falta.

Enquanto houver os que me fazem falta e enquanto porventura eu fizer falta a alguém, esta é a garantia de que fiz e estou fazendo jus à vida.

E que Deus me torne cada vez mais forte e talvez inquebrantável para continuar talvez fazendo falta a alguém, tomando para isso a providência permanente e perpétua de não afastar de mim os que me fazem falta..”


(Texto Publicado na Zero hora de 31 de março de 2008 por Paulo Sant’Ana.)

Façam falta à alguém.

Guilherme de M. Trindade