quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Leituras obrigatórias...

“Caminhar é um perigo e respirar é uma façanha nas grandes cidades do mundo ao avesso. Quem não é prisioneiro da necessidade é prisioneiro do medo: uns não dormem por causa da ânsia de ter o que não têm, outros não dormem por causa do pânico de perder o que têm. O mundo ao avesso nos adestra para ver o próximo como uma ameaça e não como uma promessa, nos reduz à solidão e nos consola com drogas químicas e amigos cibernéticos. Estamos condenados a morrer de fome, morrer de medo ou a morrer de tédio, isso se uma bala perdida não vier abreviar nossa existência.”

(Eduardo Galeano - Livro: De pernas pro ar - Escola do Mundo do Avesso)

Aproveitem a literatura.

Guilherme de M. Trindade

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Músicas para ler...

Eu só peço a Deus (León Gieco)

Versão em português: Raul Ellwanger

Eu só peço a Deus
Que a dor não me seja indiferente
Que a morte não me encontre um dia
Solitário sem ter feito o que eu queria

Eu só peço a Deus
Que a injustiça não me seja indiferente
Pois não posso dar a outra face
Se já fui machucado brutalmente

Eu só peço a Deus
Que a guerra não me seja indiferente
É um monstro grande e pisa forte
Toda pobre inocência dessa gente

Eu só peço a Deus
Que a mentira não me seja indiferente
Se um só traidor tem mais poder que um povo
Que este povo não esqueça facilmente

Eu só peço a Deus
Que o futuro não me seja indiferente
Sem ter que fugir desenganando
Pra viver uma cultura diferente
Aproveitem as canções.
Guilherme de M. Trindade

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Estava escrito....


Nos muros de uma igreja em Novo Hamburgo/RS:

"Homo Sapiens....eu vim do macaco!"

Em um ônibus em Porto Alegre/RS:

"Denunciei por maus tratos os saldos de meus extratos."


Aproveitem as diversas formas de manifestações.

Guilherme de M. Trindade

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Mensagem à meu pai...


Sábado à noite já se dormia ansioso.

Domingo era dia de alvoroço.

O primeiro passo ao acordar era verificar o tempo.

A chuva nos condenaria à televisão.

O sol nos daria a certeza.

Os dias nublados precisariam algumas insistências e argumentos de que não choveria.

Afinal, domingo era dia de pescaria.

Corríamos para encher de minhocas a enferrujada lata de achocolatado em pó. Alguns amigos da rua, e, com a velha Chevrolet Veraneio 1980 lotada meu pai levava a turma para pescar.

Ensinou-me os primeiros acordes no violão, a dirigir, repreendeu-me por notas baixas, deixou-me ganhar partidas de tênis, deu-me banho quando quebrei a perna, levou-me pela primeira vez ao estádio do nosso time do coração.

Dias em que podíamos dormir juntos no plantão.

Assobio ao chegar em casa.

Lembranças com emoção.

Completo em todos os sentidos.

És sábio, e teus ensinamentos sanam minhas dúvidas.

Que a vida nos reserve muitas pescarias...

Amo-te.

Aproveitem seus pais.

Guilherme de M. Trindade